P.S. Eu te amo - Cecelia Ahern

Gerry e Holly podiam não ter o casamento perfeito, mas certamente eram perfeitos um para outro e disso ninguém poderia discordar. Só que uma tragédia acontece e devasta a vida de Holly. Gerry morre com um tumor no cérebro, deixando sua esposa entrar em uma profunda depressão.

Holly não sai de casa para nada, parou de trabalhar, suas economias estão acabando. É quando seu aniversário de 30 anos se aproxima que ela descobre que talvez possa ter um pouco mais de Gerry junto dela, por pelo menos mais alguns meses. Ele deixou 10 cartas, uma para cada mês do ano que faltava depois de sua morte.

Ao mesmo em tempo que esse ato surpreende Holly também a assusta. Como ele conseguiu planejar tudo, estando tão debilitado, e sem que ela percebesse?

As cartas tornam-se o motivo da mulher de continuar a viver sua vida, quase como se fosse uma bíblia, ela sempre segue o que está escrito. Claro que seus amigos estão sempre por perto, tentando ao máximo fazer com que Holly supere essa perda e volte a ser quem ela era. Os amigos de Holly – que também eram amigos de Gerry – estão sempre dispostos a ajudar ela a enfrentar todas as barreiras que vem pela frente, mesmo com todos os altos e baixos que possam acontecer. Mesmo que às vezes Holly se sinta traída por eles, por eles conseguirem continuar a viver mesmo depois da perda.

Quando peguei o livro nas mãos pensei “Ok, vamos se preparar pra chorar muito, Bia. Agora é a hora da glicose.”. Como eu estava errada. Não pela parte da glicose (para quem ainda não percebeu, sou uma das pessoas menos românticas que conheço), essa existe sim, porém na medida exata. Quanto à parte de chorar, essa não aconteceu. O motivo não é falta de tristeza no livro, pelo contrário, mas são tantos os momentos em que a autora nos faz rir que fica até difícil encontrar espaço para chorar.

Cecelia consegue nos passar os mais loucos sentimentos de Holly. Assim como ela está triste, ela fica feliz, ela chora, ri, sente-se culpada, sente medo, aproveita a família, enfim, ela aprende a viver da melhor maneira que ela pode enquanto mantém o seu luto. Ela aprende que existe vida pra ela após a morte dele.

Quanto à versão em filme tenho a dizer que muita coisa não tem nada a ver com o livro. Todos os personagens do livro são cativantes e você não consegue não sentir um certo carinho por todos eles. Já no filme, senti empatia por muitos.

O final de P.S. Eu te amo e total e completamente apaixonante. Cecelia te induz a um caminho único e no final você é surpreendido de maneira brilhante.

Um livro que vale a pena ser lido e relido por todos e até nos dá uma lição de moral sobre como podemos sim continuar a viver mesmo após a morte de um ente querido.

"Não sei se devo dizer "Gerry era" ou "Gerry é". Não sei se devo ficar feliz ou triste ao falar dele para outras pessoas. Parece que, se eu me mostrar feliz ao falar dele, certas pessoas me julgarão, por esperarem que eu chore até morrer. Se eu me mostrar triste, as pessoas se sentem desconfortáveis.”.

5 Nyans para o livro!

- Resenha por Bia Silaman