Procura-se um marido - Carina Rissi

Alicia é neta de Narciso, um rico empresário dono do Conglomerado Lima, e cuja fortuna é um poço sem fundo. Depois da morte de seus pais quando criança, ela passa a viver com seu avô, mas no meio de tanta riqueza, Alicia se torna uma pessoa inconsequente e mimada. Vivendo sempre no limite máximo, não deixa de aproveitar o momento, mesmo que suas vontades sejam contra a lei; foi assim que ela foi presa diversas vezes, até mesmo em Amsterdã – onde tudo é permitido!

Com a morte de seu amado avô, Alicia já contava com a fortuna que lhe seria deixada por ser a única herdeira de Narciso, o que ela jamais imaginaria é que seu avô ainda a castigaria por sua inconsequência, mesmo depois de morto. Ao abrir o testamento, Alicia descobre que só receberia sua herança depois de casada, quando se mostrasse uma pessoa responsável. Enquanto isso, uma vaga de emprego lhe seria dada na empresa que seria sua por direito... se seu avô não tivesse estipulado como viver sua vida. Entretanto, o cargo não chega nem perto do que Alicia sonhou; ela terá de começar de baixo, como assistente da secretária.

Além de sua rebeldia e total falta de vontade de trabalhar, outro problema é que Alicia nunca trabalhou – não de verdade! -, e não tem a mínima ideia de como viver a vida de uma simples plebeia quando seu salário só serve para encher o tanque do carro! É então que ela bola um plano para driblar o testamento e faz um anúncio em um jornal em busca de um marido de aluguel. Mas quem poderia pensar que ela atrairia logo ele, o homem que ela prometeu odiar? Ou as situações hilárias em que se meteria?

Carina Rissi se tornou uma das minhas autoras prediletas. Com seu primeiro livro, “Perdida”, eu já havia ficado encantada, mas então surge “Procura-se um marido”, e minha lista de paixões por personagens cresceu ainda mais. Carina sabe como desenvolver uma história com trama suficiente para você continuar virando as páginas ansiosamente, e sem enrolações previsíveis que te fariam desistir do livro.

Uma coisa em comum que eu percebi entre “Procura-se um marido” e “Perdida”, é que nos dois livros as personagens principais foram colocadas em situações que nunca imaginariam se encontrar, em total contraste com suas personalidades. Sofia foi parar no século 19, onde os papéis higiênicos sequer haviam sido criados, e ela, como um modelo de garota viciada em modernidade, tentou desesperadamente escapar daquele que seria seu maior pesadelo, mas descobriu que existem coisas mais importantes do que o conforto do que a tecnologia pode trazer. Já Alicia, se viu de repente perdendo tudo: o que restara de sua família e sua herança, sendo assim, obrigada a batalhar pelo que desejasse, subindo um degrau por vez como qualquer um faria, mas como a obediência não é uma de suas virtudes, Alicia ainda tentou recuperar o que era seu por direito de sua própria maneira, mas também percebeu que existem coisas mais importantes que a fortuna.

Engraçado, fofo, apaixonante e repleto de emoções intensas, isso pode descrever tanto o livro quanto Max, o homem que Alicia teve a sorte de trombar. Sério, que homem é aquele? O Max tem uma personalidade forte, é protetor e cavalheiro, mas sabe quando se impor muito bem quando quer. Alicia é uma contradição ambulante; sempre buscando pela liberdade ela se tornou uma pessoa aventureira, e como todo aventureiro sabe se defender muito bem, e odeia que façam isso por ela. Ela é meio marrenta, na verdade. Porém, tem medo de borboletas e trovões. É, realmente uma marrenta com medos de criança. Enfim, ela é incrível. Ah, e tem falas ótimas!

Nem preciso dizer o quanto foi fofo quando o Max e a Alicia se declararam um pro outro, né?

Pra quem ainda não leu “Procura-se um marido”, está perdendo muitas chances de rir e suspirar de amor pelo Max, está perdendo Carina Rissi. Por isso, leiam tanto ele quanto “Perdida”, não vão se arrepender.

“- É tão ruim assim pegar carona comigo? – seu hálito quente sapecou meu rosto, me deixando um pouco zonza.

- Não. É ruim quando você não vai para o mesmo lugar que eu, e sou obrigada a enfrentar o ônibus.

Deslumbrada, vi seus lábios se esticarem e se curvarem num sorriso sobre os dentes perfeitos, os olhos brilhando feito caleidoscópios, fazendo meu pulso acelerar.

- Então não vá para longe de mim, Alicia.” Capítulo 33, página 280.

5 nyans para o livro.

- Resenha por Carla Pereira.