31 maio, 2012

Bela Maldade - Rebecca James

          A amizade pode ser mortal


           Uma cidade nova. Escola nova. Vida nova.
Era isso que Katie Boydell buscava quando decidiu sair da casa de seus pais e ir morar com sua tia Vivien em Sydney. Agora ela é Katherine Patterson e tudo o que ela mais quer é esquecer seu passado, sua família destruída, e toda a tragédia que envolve a morte de sua irmã Rachel.
Ela tem conseguido se manter invisível, impedindo que as pessoas se aproximem e tenham acesso ao seu sombrio segredo, até que Alice Parrie – a garota loira, bonita, popular e cheia de energia – a convida para sua festa de aniversário, dizendo que se Katherine não for, não haverá festa, a partir daí as duas rapidamente se tornam melhores amigas. No começo não entendi porque tanta insistência da parte da Alice para se tornar amiga de Katherine, mas no fim do livro podemos entender seus motivos.
Katherine, através de Alice conhece Robbie, que apesar de ser perdidamente apaixonado pela garota, reconhece que ela pode ser extremamente cruel, insana e psicótica. Katherine, porém, mesmo tendo vislumbrado esse outro lado não tão encantador de Alice, está tão enfeitiçada pela garota que não quer de maneira nenhuma perdê-la, afinal, Alice faz com que ela pela primeira vez depois da morte de Rachel se sinta realmente feliz.

“Sinto um frio na barriga. Não quero que nada de desagradável aconteça. Não quero que Alice se comporte mal, que seja cruel. Não quero que ela e Robbie briguem, nem que ela faça alguma coisa tão horrível que me obrigue a questionar nossa amizade. É horrível demais pensar que tudo isso poderia acabar, e tenho de controlar uma crescente sensação de pânico diante da ideia de um futuro sem minha amizade com Robbie e Alice, um futuro solitário, tedioso e triste demais para suportar.” – Capítulo 14, página 102.

   Por diversas vezes a personalidade de Alice me lembrou da personagem interpretada por Leighton Meester no filme “The Roommate” (no Brasil: “Colega de Quarto”) e a cada página eu ficava esperando a hora em que Alice iria pegar uma arma de fogo, um canivete, uma espingarda, ou até mesmo uma faquinha de pão e começar a atacar as pessoas. Embora isso não aconteça, Alice tem uma maneira diferente de machucar aqueles a sua volta: suas atitudes egoístas e palavras mais afiadas que navalhas, causam o mesmo efeito.
E quando Katherine finalmente se dá conta que há algo errado com Alice e que o melhor é se afastar, ela descobre que é tarde demais. Alice é ainda pior do que ela poderia imaginar e não vai deixar que Katherine a rejeite com tanta facilidade.

 “ – Não pense que vai conseguir se safar assim - diz, e sua voz é um zumbido baixo e feroz. - Sei que pessoas como você pensam que pessoas como eu são dispensáveis. Sei disso. Mas você não vai conseguir se livrar de mim tão facilmente.” – Capítulo 31, página 227.

Bela Maldade – no título original Beautiful Malice, uma brincadeira com o nome da antagonista Alice – é um livro que apesar de não ter atingido todas as minhas expectativas, não me decepcionou. A trama e os personagens são muito bem construídos, a narrativa de Rebecca é simples, porém os capítulos seguem uma ordem cronológica aleatória – passado: onde o leitor pode conhecer os fatos que antecederam a morte de Rachel, o presente: quando Katherine conhece Alice, e o futuro: quando ela já tem uma filha.
Os últimos capítulos foram extremamente surpreendentes, eu me lembro de ter sido obrigada a interromper a leitura por causa do sentimento de melancolia que as ações de Alice me causaram, pois apesar de saber o que vai acontecer desde o prólogo, não sabemos como vai acontecer.
A capa do livro é algo a parte, com efeito holográfico e os detalhe do arame farpado, que traduz um pouco do que a história passa, porém, confesso, fiquei mais do que apaixonada pela capa norte-americana. [foto à esquerda]

4 Nyans para o livro
Resenha por Vanessa Freitas

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