Autor: Fiona Wood
Páginas: 272
Editora: Novo Conceito
Ano: 2013
Dan Cereill está
com sérios problemas em sua vida. Seu pai falido acabou de sair do armário e
saiu de casa, deixando só dividas a serem pagas com a única coisa que eles tem
agora, sua casa e seus pertences. Sim, Dan e sua mãe são obrigados a saírem de
casa quando ela é leiloada e tudo que eles podem levar são o que conseguem
esconder.
“Minha mãe e eu escondemos umas coisas na casa de Alice, uma amiga dela – coisas de cozinha, livros, roupas, meus gibis e uma TV. E pudemos ficar com as fotografias, mas não com os porta-retratos de prata. Nossa vida inteira coube em algumas caixas.” Capítulo 1, página 8, 9.
A única coisa que
eles tem agora é uma casa que a tia-avó de sua mãe deixou para ela de herança.
Mas a casa sequer é realmente deles, eles só podem usufruir dela enquanto
Julie, mãe de Dan estiver viva, depois disso ela irá para o governo. Não que
eles estejam realmente lamentando por isso, o sobrado enorme que cheira a xixi
parece mais cenário de filme de terror, mas também está cheio de objetos
históricos que valem milhares de dólares, porém eles não podem vender, pois é
propriedade do Patrimônio Histórico. Isso é que é ironia...
“A gente herdou o cachorro também. Embora tecnicamente, na contabilidade da herança, é um número negativo, porque teremos de dar comida a ele.” Capítulo 3, página 15.
Agora, Dan tem que
lidar com sua mãe depressiva que iniciou um negócio de bolos de casamento, mas
que acaba sempre dando maus conselhos para suas clientes que no fim, desistem
de se casar. Resultado: sem casamento, sem bolo, sem dinheiro.
Com quase 15 anos,
Dan se torna o homem da família: ele tem que ajudar a pagar as contas de casa,
dar um jeito de reanimar sua mãe e conseguir finalmente falar com o pai quando
ele liga. Tudo isso enquanto ele lida com o bulling em sua nova escola, sua
paixão secreta e esquisita pela nova vizinha, Estelle, e todos os outros
problemas da adolescência.
São 6 coisas
impossíveis:
1. Beijar a garota.
2. Arrumar um emprego.
3. Dar uma animada na
mãe.
4. Tentar não ser um
nerd completo.
5. Falar com o pai
quando ele liga.
6. Descobrir como ser
bom e não sair abandonando os outros por aí...
“Problemas, responsabilidades, cara feia. Parece que já faz 1 milhão de anos que tudo com que eu tinha que me preocupar era jogar Nintendo, ou fazer a lição de casa a tempo.” Capítulo 17, página 121.
Meu
tipo de leitura mudou ultimamente, deve ser porque eu amadureci, mas não tenho
certeza sobre isso. De qualquer forma, essa é uma desculpa para o fato de eu
não ter gostado desse livro... Eu o definiria em duas palavras: infantil e
clichê.
Pra começar, 90% do
livro é sobre a atração de Dan por Estelle, ou melhor, a paixão nada normal de
Dan por ela. Os dois são vizinhos, e por alguma razão cósmica do universo seus
sótãos são conectados, ou seja, tanto um quanto o outro podem acessar sua casa.
E Dan se aproveita disso no começo para saber tudo sobre ela. Sim, esquisito e
assustador... Ainda que ele se sinta culpado por isso, continuo achando que só
tem um nome pra tal coisa: perseguição.
Então, é Estelle
pra um lado, Estelle pro outro, Estelle isso, Estelle aquilo. Basicamente, tudo
se resume a ela. Dan Cereill está sofrendo daquilo que todas as garotas passam
aos 12 anos, ou por aí... Aquele amor secreto e inalcançável, impossível e um
pouco perseguidor (ou muito, no caso de Dan). E ele realmente age como uma
garota, acreditando que os dois vão viver juntos e felizes para sempre em um
castelo na Terra do Nunca. Exagero é pouco, mas isso é coisa do Dan...
Outra coisa que só
deixou pior o livro, foi um xingamento que a Novo Conceito não traduziu por
alguma razão que só Deus sabe. “Loser”. Quando você lê essa palavra em uma
frase, um LIVRO que está INTEIRO em português tudo fica sem lógica e as coisas
começam a ficar mais ridículas. Admito, quase desisti do livro quando li
isso... Mas enfim, eu não ligaria se todo o resto do texto também estivesse em
inglês, aí então as coisas se encaixariam e fariam mais sentido.
Não sei se a
intenção da autora era escrever uma história de amor de um adolescente que está
enfrentando problemas em casa, mas foi a única coisa na qual ela se
concentrou... na parte do amor. O livro poderia ter sido muito melhor, ter tido
uma reviravolta completa se a autora tivesse se voltado mais para os problemas
de Dan, ao invés de basicamente mostrar como o amor o livrou de todas as
desgraças que havia em sua vida.
Mas o livro teve
seus momentos, como quando Dan se viu em um impasse: ele não sabia como se
barbear e não havia mais um pai em sua casa para ensinar-lhe como fazer isso.
De certa forma, uma situação simples como essa mostrou como a ausência do pai
de Dan afetou sua vida. Foi meio tocante, na verdade.
Pontos positivos do
livro: os capítulos são curtos, escritos de forma irônica, o que os torna
fáceis e rápidos de lerem. Ah, e como eu poderia esquecer Howard?, o
cachorrinho de Dan deve ser o melhor personagem de “Seis Coisas Impossíveis”.
"18 anos e possível futura escritora. Tenho uma pequena queda por garotos de olhos puxados e uma queda ENORME por Ian Somerhalder. Recentemente me tornei fã de Star Wars, e tenho sérias dúvidas sobre ser a única a gostar de Jar Jar Binks. Apaixonada pela França e o Japão, tenho certeza que nasci no país errado. Meus planos para o futuro envolvem fazer uma mochilão pela Europa e tentar não ser esquartejada por estranhos enquanto isso... Pois é, já falei que também sou apaixonada por filmes de terror?"
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