Autor: Lisa Gardner
Páginas: 400
Editora: Novo Conceito
Ano: 2013
Waffles no café da manhã e
piqueniques no domingo a tarde nunca fizeram parte da rotina de Annabelle.
Desde criança, ela vinha se mudando com seus pais várias e várias vezes... De
cidade em cidade, sempre com um novo nome, um novo emprego, uma nova escola.
Ela foi ensinada desde cedo a como se defender, como lutar, como se esconder.
Sua família estava fugindo de algo, ela só não sabia o quê.
“Meu pai lutou uma guerra. Dedicada, maníaca e obsessivamente. Minha mãe e eu simplesmente seguimos junto.” – Capítulo 7, página 66.
25 anos mais tarde, seus
pais já estão mortos, mas é difícil abandonar uma vida que já está acostumada a
ter medo, a sempre fugir, mesmo que Annabelle ainda não faça ideia do que deve
temer, ou se esconder.
Enquanto isso, um crime
hediondo é descoberto. Em um abandonado sanatório para doentes mentais, uma
câmara é revelada. Nela, 6 corpos de garotas mumificadas são encontradas, mas
apenas um nome é identificado: Annabelle.
É quando Annabelle vê a
oportunidade perfeita para estar morta. Depois de tanto tempo fugindo, poderá
ela finalmente viver uma vida normal?
“Embaixo do cobertor, cobri o rosto com as mãos. E chorei sem fazer um som sequer, porque é como aprendemos a chorar quando passamos a vida fugindo.” – Capítulo 12, página 117.
Mas a detetive D.D. Warren
terá que descobrir como os dois casos estão interligados, enquanto o assassino
ainda vivo está determinado a terminar o que começou.
Esse é o segundo livro da série
da Detetive D.D. Warren, e o terceiro publicado no Brasil. Os livros estão
sendo lançados fora da ordem, sendo os volumes anteriores “Viva para contar”
(quarto livro) e “Sangue na Neve” (quinto livro). Apesar de fazerem parte de
uma série, as histórias são independentes, os casos completamente diferentes, e
a não ser por uma coisa ou outra em que você acaba boiando na história, o
suspense, a tensão dos crimes e a narrativa envolvente acaba te distraindo
desses detalhes.
“Esconda-se” também é o
segundo livro que eu leio da Detetive D.D. Warren, e apesar da história de tais
casos complexos serem tão bons em um livro quanto no outro, a vida pessoal de
D.D. ainda é um enigma para mim. Por não ter lido todos os livros ainda, não
sei quase nada sobre a própria detetive. Claro que ela não é tão importante,
D.D. soluciona os casos, mas não é a estrela da história, o que aliás, em ambos
os livros que li, acabou sendo as próprias vitimas. Entretanto, certamente
ainda é um pouco decepcionante para mim não saber praticamente nada sobre a
personagem mais importante dentre os poucos que permanecem em um livro após o
outro.
A narração é dividida entre
Bobby Dodge – detetive, e amigo de D.D. – e Annabelle, o que é muito bom, pois
nos mostra a história sob um ponto de vista investigativo e outro mais pessoal.
Mas no inicio, ouvir a história contada por Annabelle é quase como estar no
escuro, ela não sabe muito mais que os detetives e o pouco que descobre (que é
muito importante) simplesmente “esquece” de contar à policia, o que afeta em
muito a investigação e não fez de Annabelle minha personagem favorita... Que
aliás, é Bobby, claro. Ao contrário de D.D., o detetive Bobby Dodge conseguiu
se mostrar humano. Não só um policial durão que está fazendo seu trabalho,
Bobby conseguiu se envolver realmente com o caso, ele colocou suas emoções e
esforço nele, revelando-se um personagem muito mais real e cativante.
Algo que certamente me
irritou e me deixou frustrada comigo mesma foi o fato de que de maneira nenhuma
eu conseguia me lembrar dos nomes dos personagens. E isso aconteceu MUITAS
vezes, já que em uma investigação muitos nomes aparecem, sejam de suspeitos ou
policiais envolvidos. Então, quando esse nome de repente se tornava importante
e eu não fazia ideia de quem estavam falando eu tinha que voltar as páginas pra
não ficar perdida. Devo ter feito isso umas 15 vezes. Mas acho que isso não
deve ser um problema que aconteceu só comigo.
A forma como Lisa Gardner
leva o leitor nesse thriller complexo e dramático, cheio de pistas falsas pelo
caminho me lembrou os contos de Sherlock Holmes, de Arthur Conan Doyle. A mesma
forma de nos torturar com casos que não parecem ter nenhum envolvimento um com
o outro, as pistas falsas, as mentiras das vítimas... tudo isso que me levou
quase à loucura tentando desvendar os mistérios de Sherlock Holmes, tudo isso
que aconteceu nesse romance policial de Lisa Gardner.
Agora fala sério, qualquer
história que possa ser comparada com Sherlock Holmes, qualquer autor que possa
se comparar com um gênio como Arthur Conan Doyle merece uma chance de ser lido,
e pra quem é fã de suspenses, essa é uma leitura obrigatória.
Carla Pereira:
"18 anos e possível futura escritora. Tenho uma pequena queda por garotos de olhos puxados e uma queda ENORME por Ian Somerhalder. Recentemente me tornei fã de Star Wars, e tenho sérias dúvidas sobre ser a única a gostar de Jar Jar Binks. Apaixonada pela França e o Japão, tenho certeza que nasci no país errado. Meus planos para o futuro envolvem fazer uma mochilão pela Europa e tentar não ser esquartejada por estranhos enquanto isso... Pois é, já falei que também sou apaixonada por filmes de terror?"
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