04 outubro, 2013

A Desconstrução de Mara Dyer - Michelle Hodkin



Autor: Michelle Hodkin
Páginas: 375
Editora: Galera Record
Ano: 2013

“Meu nome não é Mara Dyer, mas meu advogado disse que eu precisava escolher alguma coisa.”
É exatamente assim que o livro começa. Com uma carta escrita pela protagonista – não sabemos quando –, onde ela confessa ser uma assassina.

Mara é uma garota normal, filha de uma psicóloga e um advogado, tem dois irmãos, uma melhor amiga que esteve com ela em todos os momentos e um namorado. Entretanto toda essa normalidade é destruída quando Mara acorda em um hospital após três dias em coma e descobre que sua melhor amiga Rachel, seu namorado Jude e Claire, a irmã do rapaz, estão mortos, vítimas do desabamento de um antigo sanatório e que ela é a única sobrevivente.

O que eles estavam fazendo lá? Essa é uma pergunta que apenas Mara pode responder e ela responderia se pudesse lembrar, porém tudo na mente dela relacionado à trágica noite não passa de um espaço em branco.

Mara e sua família se mudam para a Flórida, talvez se afastar de tudo que ela perdeu seja a chave para ela finalmente seguir em frente, mas será que o passado pode ser esquecido com tanta facilidade? A resposta é não. Mara está vendo rostos de pessoas mortas refletidos no espelho, está tendo pesadelos – ou será que são lembranças? – e as mais horripilantes alucinações.
“ – Ela parece tão diferente – falou papai. – Para onde foi nossa garota?
Quando fui ao banheiro aquela noite, acendi a luz e olhei para o espelho para ver se conseguia encontrá-la. O exterior de uma garota que não se chamava Mara me encarou de volta. Imaginei como faria para matá-la.” – página 318
O livro é narrado em primeira pessoa, o que nesse caso foi a melhor escolha que a autora poderia fazer. A protagonista está psicologicamente perturbada, sua mente está tão instável que ela não pode definir o que é real ou não e, consequentemente o leito também não pode. Você está às três horas da manhã morrendo de sono e prometendo a si mesma que este é o ultimo capítulo, enquanto sorrateiramente olha por sobre o ombro para se certificar que está mesmo sozinha, e então seus olhos se arregalam porque o que acabou de acontecer não pode ter acontecido! Em seguida você está quebrando sua promessa e lendo outro capítulo, mas tudo bem, você não ia conseguir dormir mesmo sem saber o que tinha acontecido. 100 páginas depois, você vai até o banheiro, acendendo todas as luzes da casa pelo caminho e tendo a certeza de não olhar o espelho, só por precaução. É isso o que o livro faz com o leitor, te coloca dentro da trama, faz com que você se sinta tão louca quanto à personagem, questionando cada acontecimento. As cenas que você tem certeza que aconteceram, bem, elas não passam da louca imaginação da personagem. E as que parecem ser apenas uma brincadeira da mente insana de Mara, aconteceram. A cada capítulo acontece uma nova reviravolta e aos poucos você vai descobrindo que Mara é mais do que uma adolescente frágil e alienada.
“Eu não era louca. Eu era letal.” - página 316
Depois de terminar a leitura, eu fui procurar algumas resenhas e descobri que as pessoas se incomodaram com alguns clichês da história; clichê esse que têm nome e sobrenome: Noah Shaw. Ah, Noah Shaw, com suas tiradas sarcásticas, e sorriso cínico... Logo de cara Mara já é avisada sobre ele por Jamie, o único amigo que Mara fez na nova escola. Jamiel faz questão de alertá-la que Noah não é flor que se cheire, ele usa as garotas, nada mais, e com ela não será diferente, ele vai usá-la e quando se cansar vai partir para a próxima.
“ – Noah não namora. Vai foder com você, no sentido literal e figurado. Todo mundo sabe, as conquistas dele sabem, mas fingem não se importar até ele seguir para a próxima. E então elas terminam sozinhas e suas reputações vão para o inferno. Soube de uma veterana da Walden tentou se matar depois que ele... Bem, depois que ele se meteu onde queria, trocadilho intencional, e não ligou mais.” – página 102
Mas tem algo sobre ele, algo sombrio e misterioso até mesmo melancólico, que faz com que acreditemos que o seu jeito mulherengo/ garoto-rico-que-tem-tudo-o-que-quer, não passa de uma fachada. Em uma das resenhas que li, ele foi descrito como ‘alguém que já viu de tudo e não se impressiona com mais nada’, e não poderia haver melhor definição para Noah. Um dos detalhes mais importantes sobre o relacionamento dos dois, é que perto do desfecho da história entendemos os motivos do porque Noah está tão interessado na Mara, e é bem mais do que simples curiosidade e atração pela garota nova.
“ – Vai pro inferno – falei baixinho.– Já estou lá – respondeu Noah calmamente. “ – página 165
Outro personagem que me intrigou foi o irmão mais velho de Mara, Daniel com todo o seu jeito de garoto perfeito não me engana, ele sabe mais do que demonstra, afinal porque se empenhar tanto para empurrar Mara para os braços de Noah, quase como se o garoto fosse o bote salva-vidas dela, sendo que na verdade ele não passa da definição de tudo aquilo que você quer manter sua irmãzinha afastada? Tem caroço nesse angu, minha gente.

Eu gosto de títulos estranhos e capas bonitas, por isso não é surpresa nenhuma que eu estava completamente desesperada por este livro, mesmo sem saber nada sobre a história, além do que diz na sinopse. Mas eu também sou o que você pode chamar de ‘leitora mão-de-vaca’, e mesmo sabendo que esse livro estava estupidamente mais barato na internet, fui até a livraria e quase enlouqueci o vendedor dizendo que queria ‘A Desconstrução de Emma Dyer’ (Emma/ Mara, tudo a mesma coisa, né?), paguei 40,00 reais e... enrolei durante dias para lê-lo! O por quê disso? Bem, eu estava tão animada com a história que não conseguia parar e ler o livro. Entretanto eu sentia que ele ia se tornar um dos meus livros favoritos e não estava errada, ‘A Desconstrução de Mara Dyer’ foi um dos melhores livros que li esse ano, talvez o melhor.  

Em nenhum momento da minha vida eu consegui definir um único livro favorito, mas acho que ‘A Desconstrução de Mara Dyer’ é ele. Michelle Hodkin com certeza acertou na receita deste livro. A trama tem tudo o que se pode desejar na medida certa: suspense misturado com um pouco de thriller psicológico, uma pitada de romance, uma colher de sobrenatural, outra de ação, umas gotinhas de drama e mais algumas de comédia, sem falar em um final surpreendente que eu nunca teria imaginado. O que mais eu posso querer? Bem, talvez a continuação. 
Vanessa B. Freitas:
"Linda e loira, arraso corações por onde pas.. Ok, ok, vamos falar sério! Apenas jovem e mal interpretada. Um tanto insana. Neurótica. Equivocada. Presa a um sorriso que surge rápido, mas desaparece rápido também.  Escritora de livros intermináveis. Advogada do Diabo contra mim mesma. Ligeiramente egoísta. Ligeiramente estressada. Um pouco perfeccionista e meio mimada. Costumo dormir umas treze horas por dia, e reclamar que estou com sono no tempo que resta. Sou tudo ao mesmo tempo, porém domino a arte de não fazer nada... Prazer em conhecê-lo."

5 comentários:

  1. Ahhhh, desde que lançou eu estou maluca pra ler, esta capa me tira o fôlego, adoro ela.

    Beijo, Van - Blog do Balaio
    balaiodelivros.blogspot.com.br

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    Respostas
    1. A capa, o título, a história, absolutamente tudo é de tirar o fôlego. Leia o mais rápido possível, você não vai se arrepender!

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  2. Oie :)

    Nossa eu preciso muito desse livro, acho que vou gostar bastante dele por tudo o que você disse e essa capa é perfeita !!

    http://euvivolendo.blogspot.com.br/

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  3. Vanessa, eu acabei de receber este livro aqui em casa em parceria com a galera record, e mal vejo a hora de lê-lo, já q sua resenha falou taaao bem dele neh? haha
    beijos
    http://nolimitedaleitura.blogspot.com.br/

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